
Se existe um exame temido pelos homens, esse exame é o toque retal. Ainda tido como tabu pela população masculina, o exame de toque retal é cercado de preconceitos.
Mas afinal, o que é o toque retal e para quê ele serve?
O toque retal é um exame realizado por meio da introdução do dedo indicador do médico, revestido de luva esterilizada, no ânus do paciente, o que possibilita palpar a porção mais distal do reto (porção final do intestino grosso), assim como a próstata, e avaliar anomalias existentes nesses órgãos.
Esse exame é muito utilizado pelos urologistas para apurar a próstata, que é uma glândula externa ao reto, mas que repousa diretamente sobre ele.
Esse exame em conjunto com as dosagens sanguíneas de antígeno prostático específico (PSA), é a melhor e mais segura forma de localizar precocemente a suspeita ou a presença do câncer de próstata, que pode se desenvolver silenciosamente e mostrar sintomas apenas quando já estiver muito evoluído ou produzir metástases. Por essa razão, indica-se exames regulares de toque retal e dosagem de antígeno prostático específico sejam realizados em pacientes a partir dos 40 ou 50 anos.
Fazendo o exame
O exame é muito simples e rápido, realizado em consultório e com duração de apenas alguns minutos. Geralmente, o paciente fica deitado numa maca ou cama, em uma posição semelhante à posição ginecológica das mulheres, de barriga para cima, com as pernas fletidas e abertas; ou ainda deitado de lado, apoiado na mesa de exame, devendo manter o ânus acessível e relaxado. O médico, fazendo o uso de luvas, lubrifica seu dedo indicador e o introduz no ânus do paciente, requisitando que ele faça um pequeno esforço defecatório e então palpa o interior do reto e, privilegiadamente, a próstata. O procedimento é indolor, mas pode ocasionar um leve desconforto, o qual pode ter um aumento se não houver o relaxamento da musculatura do ânus.
É justamente o preconceito de alguns homens com relação ao exame de toque retal que tem feito com que o câncer de próstata possa se desenvolver muito antes de ser diagnosticado, prejudicando sobremaneira o tratamento ou mesmo tornando-o impossível. Alguns tumores de próstata são bastante ociosos e de lenta evolução, suficiente para não necessitarem de tratamento. Já outros podem ser muito agressivos, crescendo e se espalhando muito rapidamente, e por isso devem ser detectados precocemente.
Apenas o acompanhamento por meio das dosagens sanguíneas de PSA não são suficientes para garantir total segurança, pois não há uma correspondência linear entre os níveis sanguíneos do PSA e a evolução do câncer de próstata. Homens com PSA aumentado podem não apresentar câncer de próstata e outros com PSA normal podem tê-lo. Além do fato de o PSA sofrer influência de muitos outros fatores que não câncer.
Exames de imagem também não servem como substitutos para o toque retal, pois o câncer de próstata, ao inverso dos outros cânceres, não forma um tumor, e sim se espalha em numerosos pequenos nódulos que só serão percebidos ao toque retal.